sexta-feira, 31 de julho de 2009

Antes de voce chegar, um outro amor já me encontrou.



"Antes de você entrar na minha vida

De se decidir por mim
Por minha história

Haverá de ter clareza de saber bem

Quem eu sou
Pra depois não me dizer

Ter se enganado


Eu não posso ser o que você quiser
Sou bem mais do que os seus olhos
Podem ver

Se quiser seguir comigo
Eu lhe estendo a mão
Mas não pode um só momento
Se esquecer

Sou consagrado ao meu Senhor
Solo sagrado eu sei que sou
Vida que o céu sacramentou
Marcas do eterno estão em mim

Antes do seu amor chegar

Um outro amor já me encontrou
E me envolveu com tanta luz
Que já não posso me esquecer


Se mesmo assim quiser ficar

Seja bem vindo ao meu lugar
À este coração que resolveu
Plantar-se inteiro em Deus

E hoje não quer mais se aprisionar

Eu lhe peço que me ajude
A ser mais santo
Que por vezes me esqueça no meu canto


É que a minha sa
ntidade
Necessita solidão
Só assim minha presença

É mais saudável

Não me peça o que de mim

Pertence a Deus

Nem dê mais do que eu preciso receber
Ser amado em excesso

Faz tão mal quanto não ser

Eu lhe peço que me ajude a ser de Deus"

(Letra da música: Marcas do eterno- Pdre Fábio de Melo)


Sou assim como a letra dessa música. Estava perdida, sem amor e fui amada de um jeito especial e único. Um jeito que ninguém jamais será capaz de amar.
Um amor maior que me amou e ama além do sou. Que me ama apesar do que sou.
E sendo assim não tive como não me entregar por completo.
Sou de Deus e pertenço a Ele, por isso não posso dar o que não me pertence.
Estou aberta ao amor, mas preciso ser sincera: existem limites que não ultrapassarei.
Não é uma questão de querer ou poder, é mais que isso .
Como diz a letra da música:Não me peça o que de mim pertence a Deus.
Mas se também escontrou este amor e mesmo assim quiser ficar, ficarei feliz em poder ter você ao meu lado me ajudando a ser mais de Deus.
Agradeço aos meus amigos que me entendem , me respeitam e me ajudam a cada dia a ser mais de Deus.



Saudades...


SAUDADES
por
Simone Miranda


Hoje acordei com saudades...
Saudades de um tempo que já vivi,
mas também saudades do que ainda está por vir.
Como pode alguém saudades sentir,
daquilo que nem ao menos sabe se realmente vai existir?

Mas eu sou assim:
Eterna apaixonada, sonhadora, esperançosa,
ou quem sabe para muitos, uma louca
que vive da saudade de alguém que ainda vem.

O que move minha vida
é crer que esse alguém existe, e mais que isso
também me espera, também sente saudades.

Sinto saudades, porque sinto já, desde agora
sua presença em minha vida.
Meus olhos não viram ainda, ou talvez já viram sim.
Mas o que importa é que meu coração o conhece.
E hoje ele chama, grita por seu nome.
Nome que meus ouvidos ainda não ouviram o som da pronúncia.
Nome?
Na verdade meu coração chama pela essência e não pelo nome.
Na esperança que o som do meu coração
alcance o mais profundo do seu ser
e aí quem sabe nossos caminhos se encontrem
e o presente venha a curar a saudade
que teima em machucar.

Não sei quem és.
Mas em meu coração sinto,
não és perfeito, pois somente Deus o é.
Mas é alguém por quem sempre esperei.
Um grande amigo, companheiro.
Com suas limitações, dúvidas, anseios, mas
disposto a lutar por ser alguém melhor a cada dia.

Acredito que a origem desta saudade
é um eco a repercurtir dentro de mim
o som do seu coração,
que também chama por mim.

Nossos caminhos são semelhantes
e por isso mesmo sinto forte:
eles se atraem...
Buscamos os mesmos objetivos,
traçamos as mesmas metas.
E nosso encontro se dará
no momento certo.
Momento em que nossos caminhos se unirão
em um só caminho para sempre...







sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cartas entre amigos



Terminei hj de ler este livro tão abençoado.
Indico a todos.
Possui uma linguagem inteligente e fala sobre medos contemporâneos.
Medos que todos nós em algum momento da vida nos deparamos: medo da solidão, medo do fracasso, medo de perder, medo de se conhecer.....
São dois grandes escritores e poetas inspirados pelo Espírito Santo. São pessoas que com sua cultura e inteligência, nos levam através de suas palavras, a refletir de forma extremamente inteligente nosso jeito de ver o mundo e de viver.
Mais uma vez pude perceber o quão frágil é o ser humano e o quanto se faz importante essa "abertura" para o auto conhecimentoNão basta só conhecer a si mesmo,mas estar disposto a mudar. Estar disposto a abrir os cáceres que nós mesmos nos sujeitamos ficar e resgatar dali o que presta e o que não presta.
Ao que presta, segue o trabalho de reestruturar, dar novo sentido, colocar no lugar correto.
E o que não presta, jogar fora, diminuir o peso da bagagem que carregamos.
O livro todo é repleto de passagens profundas, mas escolhi algumas que mais me identifiquei.
São passagens que refletem o que sinto, como se fosse eu a falar...


" Não quero deixar que me tranquem em convenções e que exijam de mim o que eu não quero ou não posso dar. Quero ser assim, precário na minha humanidade, mas pleno na crença de que não vim a este mundo por acaso e que não paro por aqui. Pleno na convicção de que são as pontes, não os muros, que nos ajudam a encontrar a beleza na diferença e no amor. viva a diferença amigo. É nela que nos encantamos ainda mais com a criatividade do Artista Maior. É em sua direção que partimos em busca de significados. É preciso buscar sempre porque sempre haverá algo a ser encontrado."página 226


"Esperança, padre, é o que persigo na vida, ciente de que fracasso muito na compreensão do outro e na minha própria. cobro de mim o que não consigo dar e espero que o outro me conceda o que já tenho. teimo em requisitar explicações para dias sombrios em vez de aguardar um pouco as nuvens partirem. Sofro qdo não consigo entranhar o que sei, o que ensino. Digo coisas bonitas sobre o amor porque li ou aprendi, ou percebi, e por isso sofro qdo escondo em mim o amor sem ter a coragem de vencer o medo que me impede de amar. O medo não consciente que faz com que eu seja rude, tosco. Luto pela gentileza para ser coerente com a minha pregação e falho qdo estou cansado.
Tenho medo do cansaço, amigo. Do cansaço da cobrança virulenta, minha e dos outros; do cansaço físico que faz com que eu brigue com o tempo que não espera o tempo necessário para que eu atenda a quem necessita. É uma briga valente extatamente porque acredito na missão. Na missão que vence o medo porque tem uma causa." Página 222 e 223

Matéria retirada do site da CN

Quer ser santo?
Assuma que você é fraco!

Padre Fábio de Melo

É uma riqueza insondável este texto de São Paulo: II Coríntios 12,1-10. O apóstolo nos fala que, para seu espírito não se encher de orgulho e vaidade, foi lhe colocado um "espinho na carne".
Padre Fábio de Melo
Foto: Arquivos CN

Não é possível falar de crescimento humano se antes não falarmos de reconhecimento dos nossos limites. O bom treinador é aquele que vai saber salientar a qualidade do atleta, mas, sobretudo, vai saber encaminhá-lo para a superação dos limites. O primeiro passo é reconhecer em que nós precisamos melhorar. Contudo, esse é um grande desafio para todos nós, porque, lamentavelmente, as pessoas não estão preparadas para nos educar para a coragem. Sabe por quê? Porque muitas vezes os incentivos que nos são dados estão mais voltados para esquecermos as nossas fragilidades. Quando mostramos as nossas fraquezas há uma série de repreensões diante de nós.

Você já reparou que nós não deixamos a criança chorar? Já reparou que quando o recém-nascido chora, nós fazemos de tudo para calar a boca dele? Fazemos uma série de "caras feias" para ver se calamos a criança, para tentar espantar a fragilidade.

Nós, humanos, temos uma dificuldade imensa de lidar com a fragilidade do outro – ainda que seja filho da gente. Nós gostamos é de todo o mundo feliz! Não estamos preparados para encarar a fragilidade. Parece que a nossa educação está sempre voltada para nos revestir de uma coragem que nos faça esquecer nossos limites.

Ter coragem é descobrir onde está a nossa fragilidade e ali trabalhar com um empenho um pouquinho maior. É não desconsiderar o que temos de bom, mas é também colocar atenção naquilo em que ainda temos de melhorar. Estamos em processo de feitura. Não estamos prontos, não somos perfeitos, estamos por ser feitos, estamos sendo feitos aos poucos. E no processo de ser feito aos poucos nós vamos descobrindo onde é que dói “esse espinho” de que fala o apóstolo dos gentios. Esse espinho muda de lugar. Quanto mais uma pessoa está aperfeiçoada no processo de ser gente, tanto maior é a facilidade de conhecer limites.

Para você retirar um espinho, às vezes, é preciso deixar inflamar. É como se o seu corpo dissesse: “Isso não me pertence”. De qualquer jeito, nós temos de tirar aquilo que não nos pertence. Existem algumas inflamações do espírito, da personalidade, porque há pessoas que são tão aborrecidas que a gente não pode nem encostar nelas. São aquelas inflamações que se alastram.

E aí é que entra a grande contribuição do Cristianismo, numa proposta antropológica. Porque Deus não quer que você seja um “anjinho” na terra, mas que você deixe de ser “inflamado”! Ele quer lhe mostrar as inflamações para que você lute contra elas.

Cara feia, arrogância, tudo isso é complexo de inferioridade. Sabe qual é o “espinho”? O medo, a insegurança.

Você já fez a experiência de viver uma palavra que fizesse com que saísse tudo o que estava estragado em seu interior? Língua afiada quer dizer: deixar toda a inflamação que está dentro de nós vir para fora. Ter condições de deixar “vazar” aquilo que antes desconhecíamos é admitir e reconhecer que somos frágeis. A pior ignorância é aquela que finge que sabe! Temos medo de mostrar que não aprendemos, que somos frágeis. Quantas vezes na nossa vida, por medo, perdemos a oportunidade de aprender.

Muitas vezes, por medo de expor a nossa fragilidade, – porque parece que o mundo de hoje se esqueceu de mostrar a cultura do esforço que se fez para chegar aonde chegamos –, perdemos o direito de chorar. E por diversas vezes choramos e não sabemos por que estamos chorando.

O ensinamento de Jesus é sempre o avesso do avesso. Quer ser santo? Assuma que você é fraco. Muitas vezes, neste processo de se conhecer, nós sangramos. E nós precisamos sangrar. Um dos maiores poetas da música diz isso.

Quantas vezes você não se viu traduzido em uma canção de alguém que teve a coragem de sangrar, porque não teve medo de mostrar as próprias fragilidades?

Nós somos todos iguais. Nós músicos somos todos iguais. Não adianta fingirmos que somos fortes ou ficar fingindo que não sentimos nada e que não temos medo. Eu não sei se existem mais de cinco pessoas que conhecem os seus segredos. Para quantas pessoas você teve coragem de sangrar? Pessoas que o enxergam por dentro são raras.

Conversão é isso. É você educar o seu filho para que ele possa lhe contar onde estão os “espinhos”. O espinho não é o defeito, mas é a seta que nos mostra onde temos de trabalhar para que sejamos melhores.

A vida vai perdendo a graça porque não nos deixamos sangrar. A gente sangra melhor nos momentos de intimidade, nos quais a gente tem coragem de tirar a couraça. É muito melhor admitir que temos medo. Para as pessoas é sempre doloroso ter de tirar os “espinhos” e ver vazarem as inflamações.

Há tantas situações que nos deixam com o “coração na boca”. Muitas vezes, nós colocamos muito mais atenção naquilo que as pessoas acham de nós, do que no que nós pensamos de nós mesmos.

Examine-se, você é uma pessoa que consegue levar o outro à cura. Em última instância, o que vai sobrar de nós é a nossa vontade de amar. Vamos descobrir o que hoje em nós está "infeccionado", porque é preciso sangrar, é preciso reconhecer-se frágil.