quarta-feira, 26 de maio de 2010

Amor verdadeiro

Hoje parei para refletir sobre as consequências do outro em nossa vida. Mas não um outro qualquer, mas sim o outro a quem desprendemos um tempo, dedicação, carinho, afeto e amor.
A quem diga que amar é fácil , difícil é ser amado.
Na verdade , acredito que ambos são uma arte que precisamos exercitar e aprender.
A filosofia de Platão nos diz que um dia , antes de nascermos, tinhamos conhecimento da verdade plena, e assim sendo, sabíamos amar da forma correta. Mas ao nascermos e nos banharmos nas águas do rio Lather (esquecimento), perdemos a consciência da essência do amor.
O que nos restou então foram sementes guardadas de uma lembrança longíqua do verdadeiro sentido e forma de amar.
Mas isso tudo é apenas uma visão filosófica.
Acredito que na medida em que nos aproximamos mais de Deus, e deixamos Ele nos modelar, aprendemos a amar também os outros de uma forma melhor.
Amar na essência da palavra Amor.
Amor que promove e liberta.
Amor que respeita.
Amor que vê o outro como único e possuidor de vontade, sonhos, e limitações.
Mas tudo isso é muito difícil nos dias de hoje, onde as pessoas procuram no outro um refúgio para suas limitações. Esperam que outro possa ser a solução de seus problemas, chegando até acreditar por um tempo de que isso é possível. Mas com o tempo, a realidade vem a tona, e percebe-se que o outro é um ser assim como nós, carente de atitudes, de sentimentos e limitado.
Qdo isso acontece, a consequência é descartar a pessoa e procurar outra que satisfaça as suas necessidades. Mas essa satisfação plena nunca virá, pois ninguém é capaz de completar ou suprir as carências "todas" de uma pessoa.
E assim vivemos vários e vários relacionamentos vazios e infelizes.
Só somos verdadeiramente felizes no amor, qdo reconhecemos que aquele a quem depositamos nosso amor, é limitado, possui carências e fraquezas assim como nós, e que talvez e também por essas fraquezas e limitações é que o amamos.
Pessoas que sabem amar, são pessoas especiais, que já aprenderam que amar é ir além de espectativas, é aceitar o outro como ele é e ter a capacidade de enxergar aquilo que ele ainda pode ser.
São pessoas assim que quero ao meu lado.
E graças a Deus elas tem surgido em meu caminho.
São pessoas que com seu jeito sábio de amar, tem me ajudado a ser mais de Deus. Não me amam em excesso, mas na medida em que preciso ser amada. Pois como diz a letra da música Marcas do Eterno, ser amada em excesso faz tão mal quanto não ser.
Pessoas que amam da forma correta, nos entendem e sabem das nossas limitações e as compreendem.
Sabem o que pode nos ferir e machucar e por isso mesmo cuidam de nós, medem o que podem nos dizer ou fazer com a gente, para que não soframos desnecessariamente. Respeitam nossas fraquezas, limites e crenças, mesmo que não aceitem ou concordem, pois sabem que amar é deixar o outro livre, é respeitá-lo em suas escolhas.
Tenho tentado amar assim, de uma forma maior. As vezes, minha humanidade fala mais alto e acabo por cometer excessos, mas Deus tem me moldado. Peço sempre a Ele que me ajude a promover aqueles que amo e possa ajudá-los a ser mais santos e mais de Deus.
Li no site da CN uma matéria do Pe. Fábio muito legal e coloquei aqui para dividí-la com você, espero que goste.

O amor só pode ser eterno à medida que vivermos a conquista do outro todos os dias. E isso só a partir do momento em que o amor de Deus incendiar a nossa vida. Nós só podemos ser livres quando temos dono, mas um dono que nos administre para o amor e para a liberdade. O meu Dono [Deus] me ama, tem apreço por mim! Não vai me sugerir nada que vá me fazer mal, porque Seu dom é amor. Ele não escraviza ninguém.

Para ter fogo é preciso ter lenha. Deus é o fogo. Nós precisamos ser essa lenha onde o Senhor queime. O Todo-poderoso não faz milagres para mostrar o Seu poder apenas, mas todas as manifestações do Senhor são para conquistar o coração que está ali. Ele assim fez com Moisés. A conquista vem por intermédio de coisas bonitas. Se você vai receber amigos, você oferece o melhor. Busca um jeito de manifestar o amor. É isso que Deus fez com esse profeta.

O "bonito" não se limita a um atrativo estético, interior. É você perceber algo a mais. É descobrir que alguma coisa daquela beleza supera as suas formas. É algo maior que me chama, que fala de mim, como se aquela beleza fosse algo que me faltasse. O amor é essa capacidade de ver o outro de forma diferente. No meio de tanta gente, alguém se torna especial para você e você se aproxima. O amor é essa capacidade de retirar alguém da multidão, tirá-lo do lugar comum para um lugar dedicado, especial. Alguém descobriu uma sacralidade em você.

Amar é você começar a descobrir que, numa multidão, alguém não é multidão. Quando alguém se aproximou de você foi porque você gerou um encanto nessa pessoa. O outro se sentiu melhor quando se aproximou de você. A beleza da totalidade que você tem faz o outro melhor. A primeira coisa que o amor esponsal e conjugal cura são as orfandades que a vida nos colocou.

Não acredito em um casamento que não tem Deus na sua história. Como o seu marido vai reconhecer a sacralidade do seu coração se ele não traz a consciência de todo o sagrado que você é? O amor, quando não é amor, vira competição, disputa. Por isso o amor que é iniciado e mantido em Deus será sempre um amor de promoção do outro.

O casamento é um encantamento pelo outro, o qual vai ganhando sentido quando o vou conhecendo. Assim, todos os dias você precisa se aproximar do outro e descobrir o motivo para continuar o respeito e a alegria de estar diante daquela, que é sua ajuda adequada.

Casamento em que o outro é opressão, não é amor. O amor leva para o alto! Se vocês não se promovem mais significa que vocês estão esquecendo a vocação primeira do matrimônio: o de acender o fogo do amor, da dignidade e da felicidade do outro.

O casamento se inicia no namoro equilibrado

Deus estruturou a humanidade na família.
O que Deus quer do casamento, da família?

Quando o Deus Pai quis que a humanidade existisse, Ele estruturou tudo na família, com o casal. O Senhor fez o homem, mas viu que seu coração estava vazio e disse a Adão: “Eu vou te dar uma companheira adequada” (Gên 2, 18c). Quando Ele fez a mulher da mesma natureza do homem, é uma linguagem poética para dizer que a mulher foi feita na mesma dignidade do homem, mas diferente para que os dois se completassem. Quando Deus levou Eva para Adão, este ficou emocionado e disse: “Ela vai se chamar mulher” (id. 2, 23c).

O Altíssimo disse a coisa mais importante sobre isso: “Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe e se une a sua mulher e serão uma só carne” (id. 2, 24). Isso é o desígnio de Deus, que o homem se case com uma mulher e forme uma só carne, uma só pessoa humana.

Pela unidade do amor de Deus, no altar, vocês serão uma só pessoa; isso é mais ou menos aquilo que acontece na Santíssima Trindade, Três Pessoas, mas uma unidade. Se o casamento não for uma unidade, ele não estará de acordo com a vontade de Deus, e o casal não poderá ser feliz. Se o casal não for uma unidade, não estará vivendo conforme a vontade divina; e isso começa no namoro. É no namoro que a família começa, todos nós nos casamos porque namoramos.

O namoro é o alicerce, o fundamento, se você fizer desse período apenas uma curtição, você estará fazendo da sua família futura uma brincadeira e você sofrerá mais tarde. Leve o namoro a sério, não brinque com a pessoa do outro.

Namoro não é tempo de conhecer o corpo do outro, mas alma do outro. Não empurre seu namoro com a “barriga”, se você vê que só existe briga, tenha coragem de terminar, o amor é algo que se constrói, não cai do céu pronto. A aliança de namoro você pode tirar do dedo, a aliança do casamento, não.

Não deixe a vida sexual sufocar seu namoro, a vida sexual é para os casais casados. São Paulo diz que o corpo da mulher pertence ao marido e o corpo do marido pertence à mulher, porque eles são uma só carne, por isso têm o dever de viver a vida sexual.

Viva seu namoro na castidade, na seriedade e vocês estarão se preparando para ser um casal fiel. O namoro é o começo de tudo, é o ponto de partida.

Quando chegamos ao casamento o que Deus quer? O casamento é uma decisão que exige maturidade, atrás desse "sim" vêm os filhos, que não pediram para vir ao mundo, mas vieram por amor. O filho tem o direito de viver com seus pais, porque ele precisa disso para sua formação moral, intelectual, psicológica, por isso, o casal precisa ser uma só carne e não levar o casamento na brincadeira com mentiras. Se você começar a mentir dará espaço para o demônio entrar no seu matrimônio; não pode haver falsidade entre o casal. Não pode haver divisão entre o casal, não pode existir a primeira pessoa do singular: “eu”, mas sim, a primeira pessoa do plural: “nós”.

Deus quer o casal como café com leite: quando alguém olha vê um só. É possível fazer isso? Sim, com a graça de Deus. Casal que reza junto permanece junto. ( Felipe Aquino - Membro da Com. Canção Nova)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

As várias faces do amor

Hoje resolvi escrever sobre as diversas formas de amor.
Tempos atrás li um livro chamado O monge e o Executivo que fala sobre essas diferentes formas de amor.
Então hoje resolvi fazer um pésquisa na internet e dividí-las com você.

O ser humano experimenta, basicamente, três formas de amor, identificadas pelos antigos gregos como:
Eros, que está centrado na dependência dos parceiros;
Filos, que se baseia na segurança;
Ágape, o amor incondicional.

Primeiramente criamos couraças, máscaras que não refletem o nosso verdadeiro eu, na tentativa de nos defender e sobreviver, ficando imune à dor de um amor. Expressamos imagens que, acreditamos, vão garantir a aceitação por parte dos outros, vão atrair as pessoas para nós ou fazer com que elas nos admirem e queiram ser como nós. Desenvolvemos um conjunto de "jogos" que não são verdadeiros, mas que serve a nossos objetivos.Então, eros nos fisga. Eros, "o deus de olhos vendados", atinge-nos com sua flecha, e aquela flecha penetra através de todas as barreiras do ego e de mecanismos de defesa que criamos com tanto cuidado. Somos atingidos. Caímos "apaixonados". Fall in love...
A civilização grega sempre teve um passo adiante dos outros povos, seja nos progressos e descobertas na matemática, lógica, na ética, estética, e em tantos outros campos... Entre eles, estavam profundamente interessados no amor e, em sua relação com a alma humana.

Platão e outros filósofos acreditavam que o amor tinha como sede a alma e, a própria alma era portanto, o amor. Ela ainda comportava três dimensões, que correspondiam ao estômago, à mente e ao coração. Os gregos rotularam esses três tipos distintos de amor de eros, filos e ágape.

O amor eros é o amor “erótico”, sexual. Contudo, o conceito grego de eros na verdade se refira a todos os apetites físicos humanos. O apetite de comida e bebida era erótico (pertencente ao domínio do estômago), assim como o apetite do sexo – que traz consigo conotações de atração, encanto, mística, química e magnetismo animal.

O amor “filos” é o encantamento pelo intelectual. Filo é amar pessoas, coisas ou idéias de maneira não sexual. O relacionamento entre um aluno e seu professor pode ser de amor fílico, assim como alguém que ama seu trabalho e tem um relacionamento fílico com sua carreira. Você ama e celebra a própria vida? Isso também é filos. Uma das expressões mais poderosas de filos é a amizade...

A terceira e maior forma de amor dos gregos é ágape – o amor que nada busca em troca. É o tipo mais raro e valioso de amor. O que torna ágape diferente de eros e de filos é sua falta de egoísmo. Eros faz as pessoas lutarem para encontrar-se ou perder-se no outro. Filos faz com que queiram identificar-se com o outro. Agapé manifesta-se sem que o eu e seus motivos atrapalhem. Receber ágape é como sentir o sol brilhando sobre nós. Não há problema se brilha também sobre os outros; pelo contrário, queremos que os outros também o sintam. Dar amor agápico é como gerar a própria luz radiante do sol... É transmitir energia.

Alguns o fazem pela oração; outros pela meditação; pelas duras lições de vidas e a aquisição de sabedoria; outros ainda, pela busca mística; pela profissão... É quase que um amor místico, é indescritível, até Freud ao descrevê-lo desabafa: “Sou incapaz de descobrir em mim mesmo esse sentimento oceânico”. Os filósofos comparavam esta experiência (ágape) à sensação de uma gota que volta ao oceano, muitas vezes acompanhada de sensações visuais de luz divina, sensações auditivas de música divina, sensações gustativas de néctar divino ou sensações táteis de ser banhado pelo amor divino...

Terminando, há quem diga que o Amor teria três faces - Eros, Afrodite e Pã; e um relacionamento para a vida inteira passaria inevitavelmente por todas. A conquista da junção seria individual, e dependeria da força do sentimento individual, e da capacidade de relacionar-se, bem como da perseverança em trilhar o caminho em direção a um Amor ágape.

"Como é bom ser amado por pessoas que não se cansam de nós.

Extraordinário é olhar para as pessoas que me amam e perceber

que elas extraem de mim a melhor parte para que elas possam

crescer com a nossa presença e com o nosso jeito de ser"

Pe. Fábio de Melo